ORISMAR
Orismar
Holanda Gomes ingressou
no movimento sindical em 1988. Um período crítico, de muitas greves de embate
contra o projeto neoliberal que começava a ser implantado no Brasil. Privatizações,
redução do quadro de empregados, perseguições e punições a dirigentes
sindicais(multas e penhoras nas estruturas sindicais). O movimento sindical
petroleiro reagia, greves históricas em 88/89 e 94/95. A luta pelo monopólio
estatal do petróleo desafiava a reorganização das estruturas sindicais.
Orismar
é técnico de Manutenção Sênior na Petrobras e Bacharel em História, sua
formação humanista, lhe atribui muita paciência e habilidade no trato das
questões e demandas da categoria. Seu prestígio e respeito em relação a toda a
categoria no Ceará o conduziu à coordenação do SINDIPETRO-CE na gestão de
2002-2005, sendo reeleito nos mandatos seguintes até o atual. Seu compromisso é
o de garantir uma visão classista que assegure a defesa incondicional dos interesses
dos trabalhadores.
GIMENES
Paulo
Roberto Gimenes,
petroleiro aposentado, nasceu em São Vicente (SP), em 1952, no momento em que o
Brasil instituía o monopólio estatal do petróleo. Iniciou sua militância
sindical na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão. Na época, a
efervescência da ditadura estava no fim, com os meios de repressão funcionando,
principalmente dentro da Petrobrás.
Em
julho de 1979, assim que foi admitido na Petrobrás, já assinou a ficha de
filiação do Sindipetro. Mesmo sendo petroleiro, foi solidário aos companheiros
metalúrgicos do ABC, que passavam por um momento difícil, contribuindo com um
percentual do primeiro salário para a categoria. Começou aí o sentimento
classista que permanece até os dias atuais.
Gimenes
já presenciou diversos momentos importantes, delicados e de grandes disputas,
com tensões políticas e econômicas, incluindo oito greves, mais de 20 campanhas
salariais e acordos coletivos, onde enfrentou incontáveis práticas abusivas de
assédio moral, sendo perseguido internamente quase diariamente por defender os
direitos da categoria.
O
petroleiro fez parte da Ação da Cidadania em Defesa do Monopólio Estatal do
Petróleo, em 1995, juntamente com outros companheiros que em grupos
participavam de palestras sobre a Petrobras, onde visitava escolas,
universidades, Senado e Câmaras Federais e Municipais para esclarecer o quanto
seria danoso a quebra do Monopólio, que resultou no apoio de 95% da população
cearense à manutenção do monopólio estatal do petróleo. Lutou fervorosamente
contra o aumento do preço da gasolina, em 1994. Participou de todos os momentos
da greve histórica de 1995, que durou 33 dias, o que resultou em direitos
históricos que mantidos até hoje; e permaneceu firme pela anistia dos
companheiros punidos.
* * *
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A história nos mostra que em qualquer parte do mundo a luta dos trabalhadores contra o poder das classes dominantes sempre foi muito acirrada, quase que sem tréguas e que a mobilização da classe trabalhadora faz a diferença na hora de obter conquistas. No meio desse embate surge a odiosa figura do PELEGO, traidor da classe operária, capacho subserviente... tão servil que não hesita em dedurar ou prejudicar um colega engajado na luta. É, portanto, um SER VIL! Na histórica greve dos petroleiros de 1994 o chargista Arievaldo Viana, que trabalha no Sindipetro-CE desde 1992, produziu essa charge que é um verdadeiro libelo contra esse bicho nojento.
O "PADRE-NOSSO" é uma antiga forma poética, muito usada pelos poetas populares desde o Século XVIII para vergastar os seus inimigos. Arievaldo é também poeta popular e produziu este
PELO SINAL DOS PELEGOS
Autor: Arievaldo Viana
Os pelegos que atrasam
Nossa luta sindical
São de todos conhecidos
PELO SINAL
Como espíritos do mal
Depressa fogem da luz
São vendilhões dessa terra
DA SANTA CRUZ
Ao desprezo fazem jus
São hipócritas, fariseus,
Da influência dessa praga
LIVRAI-NOS DEUS
O lema “primeiro os teus”
Pronunciam com ardor,
Se esforçam para agradar
NOSSO SENHOR
Meu caro trabalhador
Não se alie a esses troços
Pois na luta sempre foste
DOS NOSSOS
Lembrai sempre que os vossos
PELEGOS trazem perigos
Pois são da luta os piores
INIMIGOS.
Puxa-sacos são antigos
E juram em nome da madre
Vendem até a alma ao diabo
EM NOME DO PADRE
Diga “Vade retro, vade!”
Vendo um pelego em seu trilho
Defenda o pão e o leite
DO FILHO
Se livre desse empecilho
Que abunda em todo canto
Pedindo a inspiração
DO ESPÍRITO SANTO
Se um dia vê-lo em pranto
É a que a desgraça já vem
Se ele for demitido
AMÉM!
SOBRE ESSA MODALIDADE POÉTICA
O “Pelo Sinal” é uma antiga modalidade de poesia popular muito usado no Brasil de Norte a Sul. No “Cancioneiro Guasca”, do folclorista gaúcho João Simões Lopes Neto, encontram-se vários exemplos. O mestre Câmara Cascudo o definia desta maneira:
“Sempre, ou quase sempre, em pé-quebrado, são os Pelos sinais, Salve Rainhas e Ave Maria todas satíricas. Aproveitam apenas um período da oração e orientam o verso para um sentido irônico ou simplesmente crítico. Os Pelo sinais são abundantes e comuns em todo o Brasil.”
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